Páscoa: a libertação de um povo oprimido

Pra falar sobre páscoa precisamos lembrar de elementos e coisas que nos são estranhas, distantes da nossa fé, ou melhor, da nossa realidade cristã. Claro, que muitas das coisas que eram usadas na páscoa, pertenciam especialmente à fé judaica. Mas, esses elementos apontam para uma libertação. É evidente que a primeira libertação diz respeito ao povo que vivia a mais de 400 anos escravo no Egito, sendo marginalizado, excluído, rejeitado, abusado, desmoralizado. Notoriamente o quadro em que o povo vivia era desesperador. Porém, Deus se lembrou daquele povo oprimido. Preparou uma libertação. E a partir de uma fatídica noite toda a sua história passa a ser marcada por uma festa que contém elementos que são usados e trazem a memória essa libertação.

E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães asmos; com ervas amargosas a comerão. (Êxodo 12.8)

Pães asmos: Era feito sem fermento. No dia da libertação do povo, tudo deveria ser feito as pressas. Não havia tempo suficiente para o crescimento do pão. A saída era iminente.
Ervas amargas: Era um sinal de todas as aflições e amarguras enfrentadas pelo povo durante o período de escravidão no Egito.
Cordeiro: O cordeiro sem defeito deveria ser morto. Seu sangue passado nos umbrais das portas das casas. Esse sangue era um símbolo de proteção e ao mesmo tempo de obediência.

Em nossos dias a páscoa se tornou um momento de comércio, ganância. A realidade aponta para um distanciamento do fato a cerca do que verdadeiramente é a páscoa. Com certeza vivemos oprimidos. Oprimidos por um sistema maligno, cheio de malicia, e distante de Deus. Valores, anseios e desejos é o que move as coisas a nossa volta. É fundamental olharmos pra Jesus nossa páscoa, e N’Ele sermos libertos de nossa escravidão.
Jesus é o pão da vida, nosso alimento. Não mais um alimento físico, porém, espiritual, no qual, somos fortalecidos e alicerçados. Relembrar essa data é trazer a memória que os dias são breves, e carecemos de um alimento que nos edifique, e nos leve a uma verdadeira libertação.
A amargura foi plenamente experimentada por Jesus. Ele recebeu o cálice da ira de Deus. Viveu agonias de morte. Sentiu na pele a dor e o sofrimento por causa do pecado que separou o homem de Deus. Ao contemplarmos Jesus fica evidente que ele sofreu por nós. Causa-me tristeza quando muitos reduzem a páscoa ao momento de ganhar chocolates.
Jesus é cordeiro. Cordeiro mudo e humilde que morreu. Cordeiro que tira o pecado do mundo. Cordeiro, que teve o seu sangue não mais passado nos umbrais das portas, mas, derramado em nossas vidas para nos lavar do nosso pecado. A história do Êxodo, a libertação de Israel, aponta pra Jesus. Mostra aquilo que seria feito perfeitamente em Jesus pelas nossas vidas. Éramos e somos incapazes, mas, Deus em Jesus fez aquilo que era necessário para nossa reconciliação. Que essa libertação atinja sua vida. Seja livre, por meio de Jesus, de suas aflições, angustias, medos, dores, problemas, pecados. A palavra de João Batista continua a ecoar em nossos dias:


Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. (João 1.29)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Devaneios sobre cura

Devaneios sobre a idade

Devaneios sobre o Salmo 46.10