Frustrações de um Pastor

 

Talvez, você leia esse texto e pense: - Ele é muito novo para falar/escrever sobre frustração. Primeiro, obrigado pelo “novo”, faz bem um elogio. Segundo, não, na realidade, muito e vários pastores tem várias frustrações, e independente de ser novo ou não, e o fato de não colocarem para fora (catarse – literalmente vomitar) faz com que muitos vivam a vida inteira decepcionados e pensem que o ministério pastoral é um fardo; e a situação pode, e em muitos casos, piora, pois vários pastores desenvolvem patologias, fobias, transtornos que se não forem tratados podem levar a morte, metafórica e real.

Esse texto não é pra falar sobre outros pastores, apesar de entender que muitos podem e vão se identificar com coisas escritas por aqui, a propósito, obrigado por ler. Me deixa começar pelo início, bem redundante... Minha mãe falava que seus filhos seriam evangelistas, aquelas pessoas envolvidas com missão, que via de regra, estão no processo de pregar e as pessoas serem convertidas, eu entendo que quem salva é Deus. Sendo assim, ouço sobre ser pastor desde a minha adolescência. Apesar de não ser um plano excelente falar para seus filhos adolescentes, que sonhavam em serem jogadores de futebol, sobre se tornarem pastores.

O tempo passa, na verdade, está sempre passando, assim mesmo, no gerúndio, com essa ideia de algo que começa e não termina, mas continua até Jesus voltar. O tempo, é implacável, e com ele, aquilo que Deus planeja, e que não pode ser frustrado vai tomando forma. Os anos passaram e na minha vida as coisas aconteceram de maneira natural. Líder de jovens, líder de célula, e com muita naturalidade, talvez, nem tanta competência, mas muito desejo, as vidas eram edificadas, as coisas aconteciam.

No ano de 2008, a IPB Monte Mor, decidiu trazer um Pastor, no início a ideia era um seminarista, para trabalhar com os jovens e adolescentes. O seu nome é Fábio, e foi pra ele que falei primeiro sobre o desejo de ir ao seminário, sim na IPB precisa ir a um seminário, que é uma faculdade, e somente depois ser ordenado pastor. Após falar ao Fábio, contei ao Pr Antonio, na IPB usa o termo Reverendo, mas como não sou fã desse termo uso pastor. Fizemos uma carta, enviamos ao conselho, fomos entrevistados pelo conselho, aprovados e encaminhados ao presbitério, e em seguida aprovados por lá também.

Se me perguntarem se tem algum texto que Deus falou comigo para entender meu chamado, a resposta é não, e toda vez que me perguntavam eu ficava constrangido, mas de fato, comigo não foi o fundamental. E no fim nem precisava, eu sabia que não tinha para onde correr, fugir ou me esconder.

Do ano de 2009 a 2012 fiz o SPS, Seminário Presbiteriano do Sul. Não fui o melhor aluno, nem o pior, nem o mediano kkkkk. Nesse período fui para a Congregação Presbiteriana do Jardim Paviotti (outro termo que não gosto é congregação). Lá visitei, discipulei, ensinei, preguei, ri, chorei, cresci. No ano de 2013 fui licenciado, período do limbo, você não alcançou o estágio final, mas também não está no início do processo, vê a terra prometida, mas ainda não atravessou o Jordão. Em 2014 fui ordenado. Desde então sou pastor, no título, na prática já fazia muito tempo. Fiquei no Paviotti até o final de 2019.

Fiz muitos cursos, outra graduação, pós-graduações, mestrado... Dei aulas de teologia. Comecei um blog (sim, esse que você lê, comecei em 2013); um canal no YouTube; escrevi poesias; compus canções; escrevi um livro, na verdade mais de um, mas falta dinheiro pra publicar os outros. Enfim, fiz muitas coisas pelas quais sou muito grato.

Esse texto era sobre frustrações, mas relembrar essas coisas me encheu de gratidão e louvor a Deus. Vou encerrar por aqui, mas antes, enquanto eu escrevia a Josi me perguntou se eu estava frustrado, a resposta é NÃO, não nesse momento, e provavelmente, se eu manter em minha mente e coração tudo isso que escrevi acima, que com toda a certeza foi Deus que conduziu, não serei tomado pela frustração. Desculpa, você leu até aqui, e de fato eu queria falar sobre as minhas frustrações, mas no meio do processo desisti, minhas lembranças me ajudaram, ou Deus me ajudou a ver o que era mais importante, e mesmo assim não mudei o título, talvez esse texto ajude você na sua caminhada. Escreva num pedaço de papel como você chegou até onde está. Desenvolva uma mentalidade a partir da redenção, ou seja, é a história da sua salvação, efetuada por Deus.

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