Restfy – tocamos pela primeira vez


 

Não costumo escrever um diário sobre a minha vida, apesar de saber que poderia funcionar como um meio de perceber respostas de orações, como eu cresci/amadureci, entre outras coisas. Mas, contudo, creio que esse espaço, tendo em vista que é um blog pessoal, pode servir como registro de coisas, situações, momentos que eu vivi. E como fui inspirado pela biografia do Eugene Petterson, sangue em meus ossos, e quem sabe no futuro possa escrever minha autobiografia (sim, sonhamos alto); fica aqui o registro de alguns fatos.

Antes de escrever propriamente sobre a primeira apresentação da minha banda, sim, tocamos esse fim de semana, na verdade, tocamos duas vezes no mesmo fim de semana. Preciso relembrar como a música entrou na minha história, para assim, você, meu caro leitor, compreenda o porquê foi tão especial para nós.

Lá nos longínquos 1998 (sim, estou ficando velho), alguns amigos me convidaram para participar da fanfarra municipal, eu tinha entre 12/13 anos, foi nesse mesmo período que me firmei na escola dominical numa classe de adolescentes, que o professor se chamava Sidnei, ele tornou-se um amigo e professor, não somente de escola dominical, mas também de música, pois em paralelo com a fanfarra comecei a fazer aulas de violão. Eu era terrível, não conseguia fazer o Ré maior. Meu irmão gêmeo (Silvano), saiu-se bem melhor. No mesmo ano comecei a tocar baixo, o mesmo Sidnei me ensinou as primeiras notas, e consegui desenvolver. Daí por diante fiz aulas, e cresci. Nascia uma paixão avassaladora pelo contrabaixo. E desde 1999 já tocava no louvor da igreja, e nunca mais sai.

Por volta do ano de 2005, comecei a liderar os jovens da igreja, sofri rejeição de alguns, ouvi muitas palavras duras, e a música estava ali sempre presente, como um escape, mas também como meio de expressar minha fé. Nessa época já tinha passado por uma banda com o Sidnei, meu irmão e o Tiago, amigo de infância, igreja e que carrego até hoje, tocamos na praça, em Monte Mor e em Campinas, além, é claro da igreja local. Mais ou menos nesse período já estava com a banda ROD, formada por mim, Silvano meu irmão, Tiago já citado acima e o Maurílio. Com essa banda fizemos muita coisa legal. Tocamos em cidades da região, abrimos show do Oficina G3, tínhamos diversas musicas autorais. Outras pessoas fizeram parte do projeto por breve período de tempo, mas a banda em sua essência era com esses quatro amigos. Apesar de que eu faça piadas de que a banda era de evangelismo e nunca tínhamos evangelizado, é mais piada do que a realidade, fizemos atividades evangelísticas sim.

Em 2007 eu já liderava células na igreja, tocava no louvor, na célula e estava em outra banda, chamada FOCO. Com ela abrimos show do PG, Soraya Moraes, Freedom, nesse período já estava mais maduro, entretanto a música já não era carro chefe, e isso se refletia na hora de tocar, acredito que todo mundo passe por períodos de desanimo, comigo não foi diferente. Nesse processo todo, senti o chamado pastoral, aí que o lance de banda deixou de ser prioritário. Dos anos de 2009 até 2012, me dediquei ao seminário, passei a tocar violão, e principalmente na igreja, muito por necessidade.

Nessa época do seminário comecei a namorar a Josi, namoramos pouco tempo, e logo casamos. Ponto engraçado, ela não queria casar com pastor, e sempre disse que se casaria com músico. Ela canta, e muito bem. Me lembro de várias manhãs em que acordei e ela já acordava cantando, isso enchia meu coração de alegria. Na medida do possível sempre quis que ela continuasse a cantar, e ainda quero.

Conforme o tempo foi passando me dediquei a outros estudos, segunda graduação, pós, mestrado. A música continuava ali, em segundo plano, tocava nos cultos, células, até tentei ter algo com o pessoal que estava frequentando a Congregação Presbiteriana do Jd Paviotti, mas não foi pra frente. Em 2018 decidi estudar mais o violão, me sentia limitado. Em 2021 entrei para o conservatório de Tatuí para estudar violão clássico.

O texto que escrevi anterior a esse, fala sobre como decidimos montar uma banda, portanto, não vou gastar tempo aqui escrevendo sobre isso. A banda hoje é com o Patrick (presbítero da igreja que pastoreio como auxiliar); Silvano (meu irmão); e o Marcos Felipe Malaquias (o amigo de cavalos que veio de marte com uma mensagem).

Nesse fim de semana tocamos na IPB de Monte Mor, mais especifico no sábado, tocamos sete músicas, dentre elas quatro que são autorais. Foi surreal, fiquei tão empolgado, que no sábado mesmo eu já tinha decidido que escreveria esse texto para o blog. Somos uma banda cristã, portanto, as letras descrevem essa experiência de vida. Na igreja, presente na apresentação, tínhamos diversos parentes, amigos, convidados. Os mesmos nos falaram que estava muito bom (quem tem amigos tem tudo kkkkk). Preguei, afinal continuo sendo pastor. Eu entendo que em alguns momentos Deus nos dá algumas amostras de sua bondade e generosidade, e com toda a certeza esse sábado foi uma amostra disso.

Bom, vocês leram que tocamos duas vezes nesse fim de semana. A segunda foi numa igreja do presbitério de Campinas que fazia aniversário, a IPB Maranata, no Jd Rosolém, em Hortolândia, pastoreada pelo meu amigo Rev. Pedro. Foi muito legal uma experiência fora de Monte Mor, em tão pouco tempo de banda, afinal, ainda não temos nem três meses de existência.

Coisas que percebi:

Primeira, preciso estudar mais. Tenho dois problemas quanto a isso, um deles é o de todo mundo: TEMPO. Ele é implacável. Tenho outras coisas para fazer além de tocar. Família, ministério, aulas, mentorias, estudos dentro do ministério pastoral. Significa que vou desistir, NÃO. Segundo problema, eu estudo violão em Tatuí o que diminui meu tempo junto ao baixo, mas prosseguimos mesmo assim.

Segunda, Deus me usa por meio da música. Toda a minha história aponta pra isso. Quer dizer que eu seja bom? Não, mas isso não é tudo, nessas horas o que vale é o sentimento de realização. O importante é fazer o que podemos com a ferramenta que temos, quando formos melhores usaremos ferramentas melhores, portanto, não quero e não vou parar.

Terceira, a música continua a ser um meio pelo qual Deus chama, levanta e equipa pessoas para o ministério. Eu não sou o único com uma história parecida com essa, a minha percepção é que eu não quero mais deixar isso em segundo plano, enquanto outros já abandonaram faz tempo.

Quarta, precisamos de boas músicas, com bons ritmos e que apresentem o evangelho. Esses dias ouvi que a música é secundário, porém, já vi várias pessoas que não ficaram na igreja por causa de música. Sendo assim, prefiro ficar com as palavras de Lutero, a música é pedagógica.

Pra encerrar, por que esse texto já está muito grande, você encontra a banda no Instagram @bandarestfy. Em breve teremos vídeo pra divulgar, e com a graça de Deus subiremos as músicas para os spotfys da vida. Ahhh restfy significa descansar.

Comentários

  1. Conheço um pouco dessa história, e posso dizer que é gratificante ver o que vcs se tornaram. Amo vcs em Cristo e desejo sucesso para cada um e que o Senhor continue usando os para a Glória Dele. Que vcs sejam i sargentos nas mãos do Altíssimo. Deus abençoe.

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    1. Obrigado pelo comentário, pela leitura e pelas palavras carinhosas.

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